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Lubrificação por ‘cárter seco’

A quase totalidade dos motores de combustão interna tem um sistema de lubrificação por ‘cárter húmido’ onde o óleo do motor está depositado na parte mais baixa do motor (cárter de óleo), é pressurizado pela bomba de óleo por todo o circuito de lubrificação e depois por acção da gravidade, escorre retornando para o cárter de óleo.

Em motores sujeitos a acelerações laterais e transversais grandes, a queda do óleo para o cárter de óleo fica comprometida originando falhas de pressão de óleo e por consequência falhas de lubrificação no motor.

Mercedes-AMG-GT3

A solução é a utilização de um sistema de lubrificação por ‘cárter seco’.

Historicamente foi uma solução técnica desenvolvida para os motores a combustão dos aviões, que posteriormente foi adoptada pelos motores de automóveis de competição ou versões de alta performance. É uma solução também cada vez mais em voga nas motos e em circuitos de lubrificação de grandes motores náuticos (aqui por questão de facilidade de manutenção).

Como funciona um sistema de lubrificação por ‘cárter seco’

Um motor com sistema de lubrificação por ‘cárter seco’ está equipado com uma bomba de óleo multi estágios – no mínimo 2 estágios, mas é comum existirem bombas de 5 ou 6 estágios – ou até várias bombas de óleo.

Bomba de óleo do Porsche 911 (modelo de 2009)

Os estágios de sucção são responsáveis pela aspiração do óleo do motor – geralmente por vários pontos da parte mais baixa do motor ou pelas partes laterais, por razões de construção.

esquema de um circuito de lubrificação do tipo ‘Cárter seco’

O óleo passa então por uma válvula termostática, que dependendo da temperatura deste, o conduz ou não a passar por um radiador para sua refrigeração. Posteriormente o óleo chega a um reservatório de óleo exterior ao motor onde é novamente pressurizado para o motor passando pelo filtro de óleo.

Trata-se de um circuito mais estável a nível de pressão de lubrificação pois funciona como um circuito fechado com menor interacção com a pressão atmosférica.

Sistema de Lubrificação do Porsche 911 GT2

Vantagens & Desvantagens

Vantagens

– Cárter óleo mais pequeno logo possível ter um centro de gravidade do motor mais baixo;

– Maior capacidade de óleo no sistema que permite uma maior capacidade de refrigeração e maior controlo na temperatura do óleo sobre condições de utilização extremas.

– Possibilidade de distribuir o sistema por diversas zonas do carro para optimizar a distribuição do peso do mesmo;

– Lubrificação não afectada pelas acelerações/desacelerações e pressão lubrificação mais constante em todas as condições.

– Ausência de chapinhagem da cambota no óleo do cárter logo diminuição das perdas de energia do motor.

Desvantagens

– Custo, complexidade e peso total;

– Circuito com maior quantidade de óleo (normalmente o dobro do de um circuito de ‘cárter húmido’).

Esquema do circuito lubrificação do Mercedes SLS