A diferença entre óleo de competição e óleo convencional é amplamente caracterizada pela química do óleo de base e pelos vários pacotes de aditivos específicos.
As diferenças a nível de requisitos de utilização também são substanciais.
O motor ‘normal’
Num motor ‘normal’ a sua concepção define diferentes necessidades em termos de lubrificação:
– Valor máximo de rotações máximo do motor mais baixo (menor necessidade de protecção ao desgaste);
– Sistema de distribuição sujeito a regimes inferiores e necessidade de velocidades de reacção menor (menor necessidade de protecção ao desgaste e maior gama de viscosidades permitidas);
– Sistema de recirculação de gases –EGR (maior necessidade de detergentes na formulação do óleo);
– Compatibilidade com os sistemas de tratamento de gases de escape (necessidade de usar uma formulação com baixo teor de cinzas sulfatadas e enxofre);
– Condições de circulação variadas desde pára-arranca a circulação em Autoestrada, condições climatéricas variadas ou extremas (necessidades de formulações com maior teor de anti-oxidantes e modificadores de viscosidade).
– Intervalos de manutenção alongados (necessidades de formulações com maior teor de detergentes e neutralizadores de ácidos).
São os aditivos existentes num óleo que contribuem para a eficiência e protecção da lubrificação – incluindo protecção ao desgaste, redução de atrito, resistência à corrosão, detergência e dispersantes – que ajudam a manter os internos do motor limpos e funcionando adequadamente.
O motor de competição
Num motor de competição a sua concepção define necessidades em termos de lubrificação muito mais severas:
– Altas rotações (um motor F1 está atualmente limitado a 15.000rpm) e potência gerada (superior necessidade de proteção ao desgaste e modificadores de fricção);
– Sistema de distribuição sujeito fortes solicitações e com necessidade de velocidades de reacção altas (maior necessidade de protecção ao desgaste e viscosidade específica ao optimo funcionamento)
– Intervalos de manutenção curtos (duração da prova logo sem tanta necessidade de detergentes e neutralizadores de ácidos)
Um óleo de corrida é dotado na sua formulação, de um pacote de aditivos maior e mais elaborado, com o objectivo de garantir o máximo desempenho e protecção do motor.
Os óleos de corrida são formulados sem levar em conta a vida útil do sistemas de tratamento de gases de escape.
Um aditivo importante num óleo de competição é o ZDDP.
O ZDDP (Ditiofosfato de zinco dialquila) é adicionado para garantir que um filme de óleo resistente evite o desgaste metal-metal. Nas formulações de óleo mais recentes o teor de ZDDP foi substancialmente reduzido face ao seu efeito nefasto nos sistemas anti-poluição sendo substituído por outros aditivos anti-desgaste.
A Base química de óleo de competição
Os óleos de competição usam uma base química diferente dos chamados óleos ‘convencionais’, pois usam uma base química de Éster.
A base de Éster é uma base química 100% sintética. Os óleos com base química de Éster apresentam moléculas estáveis, fornecem boa solvência e proporcionam um melhor desempenho em condições de utilização extremas.