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Intervalos de manutenção ‘LongLife’ – Sim ou não ?

O conceito de intervalos de manutenção alargados, ou intervalos ‘LongLife’, está atualmente disseminado por todas as marcas de automóveis e segmentos de mercado.
Designa-se de intervalo de manutenção ‘LongLife’, um intervalo de utilização entre manutenções em quilómetros (ou tempo) que pode ir de 20.000km a 50.000km (ou superior ou igual a 2 anos).

Os primeiros modelos a realizar intervalos de manutenção alargados foram alguns modelos BMW e Mercedes, no final dos anos 90.

A realização de intervalos de manutenção alargados nos motores mais recentes é possível graças à evolução dos processos de fabrico utilizados (maior precisão em termos de tolerâncias de fabrico e montagem), materiais utilizados (ligas leves com revestimentos de baixo coeficiente de atrito), e como é obvio a utilização de um óleo sintético de características adequadas a grandes períodos de utilização entre substituições.

Um óleo sintético para intervalos de manutenção alargados tem como característica chave o facto de conter na sua composição um conjunto de aditivos, que lhe permitem conservar as suas propriedades durante todo o período de utilização previsto.
São aditivos importantes neste tipo de óleos:
– detergentes: auxiliam a manter as superfícies sem formação de borras;
– dispersantes: mantêm em suspensão os produtos de oxidação e contaminantes sólidos;
– antioxidantes: evitam a degradação do óleo pela sua oxidação (formação de produtos ácidos) com o oxigénio atmosférico, e com o combustível.

Na prática pode-se assumir o tempo de vida útil de um óleo como o tempo de vida útil da sua aditivação.

Um fabricante quando recomenda um determinado intervalo de manutenção para o óleo, fez um conjunto de testes e validações certificadas que garantem que usando um óleo com as especificações necessárias, para um determinado tipo de utilização, a boa lubrificação do motor.

Por norma, carros com sistema ‘LongLife’ estão equipados de sistemas OCS (Oil Control System) que monitorizam o estado do lubrificante e informam o condutor para a vida útil restante, em função do tipo de utilização da viatura e/ou a sua necessidade de substituição.

Por vezes encontramos modelos da mesma marca, mesmo tipo de motor mas com diferentes tipos de intervalos de manutenção.
Tal deve-se por vezes ao tipo de utilização prevista e mercado alvo da viatura. Por vezes pensa-se que basta usar um óleo tipo ‘LongLife’ e já se pode praticar intervalos de manutenção alargados.
Tal é prejudicial pois por vezes o volume de óleo no motor difere, tal como o circuito de óleo e sua unidade de filtração. A prática de intervalos de manutenção alargados não depende só do óleo usado.

Motores de alta performance pelo seu perfil típico de utilização não permitem intervalos de manutenção alargados (temperaturas elevadas, afinação mistura ar/combustível optimizada para a performance do motor, pressões elevadas).

Atualmente os intervalos de manutenção alargados têm a vantagens de:
– Diminuir os custos de utilização para um mesmo intervalo de utilização da viatura, dada a pouca diferença de preço atualmente existente entre os óleos sintéticos ‘LongLife’ e os restantes óleos sintéticos.
– Os óleos ‘LongLife’ pelas suas características intrínsecas permitem um ganho ao nível de consumo de combustível quando comparados com os óleo convencionais.
– Ganho ambiental devido à menor quantidade de óleo e respectivos filtros usados pela viatura ao longo do seu tempo de vida.
– Não interferir na fiabilidade e durabilidade do motor desde que se cumpra o estipulado pelo fabricante da viatura.

Para obter o maior benefício do tipo de manutenção ‘LongLife’, a viatura além de estar preparada para este tipo de manutenção, deve cumprir os seguintes requisitos:
– Utilização preferencial em estrada / Auto-estrada;
– Não realizar diariamente muito arranques ‘a frio’;
– Realizar por dia pelo menos 40km;
– Regimes de rotação do motor em utilização preferencialmente entre as 1500-2500rpm (diesel) e 1800-3000rpm (gasolina).